PFEIFEN
A flauta é outro tour com valor máximo de 06 pontos, igual na Hohlklingel, porém entra na classificação dos tours descontínuos porque um espaço mais ou menos largo e bem definido separa uma sílaba da outra.
Podia ser chamado tour monossilábico já que um golpe o definiria, contudo, não alcança sua classificação. È um dos tours mais fáceis para se reconhecer, pois sua forma habitual de expressar-se o faz mediante notas estiradas, como se fossem lamentos, queixas. Seu registro é vasto e assim o escutamos tanto em tons baixos como nos altos, utilizando vogais lentas, ocas e profundas, também fazendo mudanças de tonalidade até chegar a posições em que se utiliza a vogal “i”.
Pode-se dizer que quando emiti este tour o canário descansa. Que toma ar para continuar cantando. Não é sempre que os espaços que separam uma sílaba da outra são espaçados (largos). Alguns canários utilizam suas flautas com apuro, o que geralmente ocorre com os de temperamento nervoso. É então que alguns criadores se vêem em apuro para determinar se são flautas ou glucken. Tal equívoco se dá em razão de que certas flautas aceleradas são emitidas de forma golpeada (Glucke-pfeifen) e que existem Glucken que marcam debilmente seu “K” final. Se prestado a devida atenção, poderá definir-se bem a diferença, justamente afinando o ouvido na parte final da emissão do tour.
A vogais “u”,”o” e ” ü” são as melhores apesar de que a vogal “a” antes da vogal “u” também produz bom efeito. Quando intervém a vogal “i” em união com a vogal “u” (iu) ou na forma (iau), são de menor valor chegando a fazer-se nasal quando intercalada com a vogal “e”.
A consoante “D” ocupa o primeiro lugar entre as que compõem este tour, outorgando-lhe uma sílaba branda, doce e formosa quando se acompanha de boas vogais:
Du-du-du, do-do-do,
Dau-dau-dau, dao-dao-dao,
Dü-dü-dü.
Com a vogal “i”, podem aparecer as consoantes: “d” ou “t”. Neste segundo caso, o som se escuta duro e sem valor, podendo constituir falta:
Tü-tü-tü _ di-di-di _ ti-ti-ti
Quando a consoante “t” é suave, se pode não penalizar o tour com pontos negativos, e nesse caso se pontua com zero. Quando se inicia com esta consoante, a flauta resulta curta e chocante. Porém com a consoante “d” torna-se prolongada, lenta e tranqüila. Já dissemos que as flautas com texto “dau” são boas; Porém com o texto “diau” a torna ampla, borrosa, sendo possível que se degenere.
Flautas Nasais: São duplamente perigosas: Primeiro porque rompem com a beleza geral do canto por soarem desagradáveis; Segundo porque podem ser motivo de que os canários jovens a escutem e aprendam, levando o plantel a sons nasais, prejudicando a harmonia do conjunto. Às vezes, a degeneração das flautas pode produzir sons como: tnau-tnau-tneu-tneu, em cujo caso há que se proceder à eliminação dos exemplares.
As flautas contribuem em grande escala para levar beleza musical à canção. Três ou quatro golpes de flauta são suficientes, quando usa a mesma vogal, admite-se algumas mais se fizer uso de outras vogais produzindo um efeito de ascendência ou descendência, produzindo um movimento que rompe com toda monotonia, exemplo: Dü-dü-dü-do-do-do-du-du. Permitindo-se até doze repetições. Flautas sujeitas a falta são definitivamente: tsi-tzi ou tsiau-tsiau.
A flauta, pertencendo a categoria de tour simples, quando está bem intercalada dentro do canto, enaltece a impressão geral do mesmo, sobretudo se escutado depois de um Schockel ou de um Hohlklingel no final da canção, em um começo de canto ou como ponte entre um tour continuo e outro descontinuo.
Não fizemos a apresentação musical do presente tour, porque é capaz de percorrer quase todas as posições musicais dos demais tours, com exceção da Knorren.
(Texto extraído do livro “Tratado de Canaricultura Roller” do Dr. Evaristo R. Fratatoni, publicado em 1956. O autor é Juiz de Canto Roller pela Federação Argentina de Canaricultura e Juiz pela Associação Ornitológica Internacional). Espero que o presente texto seja de bom uso e esclarecedor para aqueles que prezam pela valorização e crescimento da canaricultura de canto Harzer.
Show! há muito tempo que não vejo um texto com tanta qualidade técnica a respeito de um tour!
ResponderExcluirParabéns, você foi muito feliz reproduzindo um texto tão raro quanto o desse livro!
Abraço,
Eduardo