segunda-feira, 19 de abril de 2010

Túnel do tempo (Pfeifen)

PFEIFEN

A flauta é outro tour com valor máximo de 06 pontos, igual na Hohlklingel, porém entra na classificação dos tours descontínuos porque um espaço mais ou menos largo e bem definido separa uma sílaba da outra.

Podia ser chamado tour monossilábico já que um golpe o definiria, contudo, não alcança sua classificação. È um dos tours mais fáceis para se reconhecer, pois sua forma habitual de expressar-se o faz mediante notas estiradas, como se fossem lamentos, queixas. Seu registro é vasto e assim o escutamos tanto em tons baixos como nos altos, utilizando vogais lentas, ocas e profundas, também fazendo mudanças de tonalidade até chegar a posições em que se utiliza a vogal “i”.

Pode-se dizer que quando emiti este tour o canário descansa. Que toma ar para continuar cantando. Não é sempre que os espaços que separam uma sílaba da outra são espaçados (largos). Alguns canários utilizam suas flautas com apuro, o que geralmente ocorre com os de temperamento nervoso. É então que alguns criadores se vêem em apuro para determinar se são flautas ou glucken. Tal equívoco se dá em razão de que certas flautas aceleradas são emitidas de forma golpeada (Glucke-pfeifen) e que existem Glucken que marcam debilmente seu “K” final. Se prestado a devida atenção, poderá definir-se bem a diferença, justamente afinando o ouvido na parte final da emissão do tour.

A vogais “u”,”o” e ” ü” são as melhores apesar de que a vogal “a” antes da vogal “u” também produz bom efeito. Quando intervém a vogal “i” em união com a vogal “u” (iu) ou na forma (iau), são de menor valor chegando a fazer-se nasal quando intercalada com a vogal “e”.

A consoante “D” ocupa o primeiro lugar entre as que compõem este tour, outorgando-lhe uma sílaba branda, doce e formosa quando se acompanha de boas vogais:

Du-du-du, do-do-do,

Dau-dau-dau, dao-dao-dao,

Dü-dü-dü.

Com a vogal “i”, podem aparecer as consoantes: “d” ou “t”. Neste segundo caso, o som se escuta duro e sem valor, podendo constituir falta:

Tü-tü-tü _ di-di-di _ ti-ti-ti

Quando a consoante “t” é suave, se pode não penalizar o tour com pontos negativos, e nesse caso se pontua com zero. Quando se inicia com esta consoante, a flauta resulta curta e chocante. Porém com a consoante “d” torna-se prolongada, lenta e tranqüila. Já dissemos que as flautas com texto “dau” são boas; Porém com o texto “diau” a torna ampla, borrosa, sendo possível que se degenere.

Flautas Nasais: São duplamente perigosas: Primeiro porque rompem com a beleza geral do canto por soarem desagradáveis; Segundo porque podem ser motivo de que os canários jovens a escutem e aprendam, levando o plantel a sons nasais, prejudicando a harmonia do conjunto. Às vezes, a degeneração das flautas pode produzir sons como: tnau-tnau-tneu-tneu, em cujo caso há que se proceder à eliminação dos exemplares.

As flautas contribuem em grande escala para levar beleza musical à canção. Três ou quatro golpes de flauta são suficientes, quando usa a mesma vogal, admite-se algumas mais se fizer uso de outras vogais produzindo um efeito de ascendência ou descendência, produzindo um movimento que rompe com toda monotonia, exemplo: Dü-dü-dü-do-do-do-du-du. Permitindo-se até doze repetições. Flautas sujeitas a falta são definitivamente: tsi-tzi ou tsiau-tsiau.

A flauta, pertencendo a categoria de tour simples, quando está bem intercalada dentro do canto, enaltece a impressão geral do mesmo, sobretudo se escutado depois de um Schockel ou de um Hohlklingel no final da canção, em um começo de canto ou como ponte entre um tour continuo e outro descontinuo.

Não fizemos a apresentação musical do presente tour, porque é capaz de percorrer quase todas as posições musicais dos demais tours, com exceção da Knorren.

(Texto extraído do livro “Tratado de Canaricultura Roller” do Dr. Evaristo R. Fratatoni, publicado em 1956. O autor é Juiz de Canto Roller pela Federação Argentina de Canaricultura e Juiz pela Associação Ornitológica Internacional). Espero que o presente texto seja de bom uso e esclarecedor para aqueles que prezam pela valorização e crescimento da canaricultura de canto Harzer.

domingo, 4 de abril de 2010

Túnel do tempo (Knorren)

KNORREN

Constitui o baixo da canção. De forma alguma pode faltar ali onde imprime o grave e o profundo. Onde em companhia de tour mais alto, configura o claroscuro do canto roller. Pertence aos tours rodantes, contínuos e se distingue da hohlrolle porque a consoante r soa com maior força e inclui outras.

Segundo VAN NUFFEL – especialista belga: “Um repertório sem Knorren é como um prato de sopa sem sal”. Para que um Knorren seja considerado muito bom, é preciso que dê as vogais u e o. Bom será se emitir a consoante a e ruim ou nasal com a consoante e e ee.

Com estas vogais aparecem as consoantes: r (duplamente e forte), k e n.

O texto seria o seguinte:

Knorr Knoorr Knurr

Korr Korr Korr

Knoer Knoer Knoer

Krorr Krorr Krorr

Karr Karr Karr, etc.

Não se aceita um Knorre emitido de bico aberto. Neste caso o som seria agudo e um ruído semelhante ao que produz o som de uma capa estirada ao vento. Temos dito que Knorre é um tour rodante, por isso chama atenção quando se afirma que pode concorrer em mesmas formas separadas, semelhante aos tours descontínuos. Isto em verdade não é assim. Não se pode conceber um movimento de Klingel, por exemplo, que é separado, junto a um movimento rodante como é o Knorre. Aqui se trata de Gluck-Knorre, que difere do Knorre comum em que neste a consoante r se repete com celeridade, dando impressão redonda ou cerrada. Em tempo, no Gluck-Knorre a emissão da consoante r se dá de forma pausada, deixando intercalar com a consoante L, que dá a impressão de um golpeado de descontinuidade, sem ser. Assim, podemos dizer que a tour Gluck-Knorre tenha uma consoante à mais que a Knorre comum e para que esta consoante se pronuncie é necessário dar-lhe tempo ou proporcionar-lhe espaço. Anotamos que a tour pode ser golpeada por sobreposição de sílabas.

Chama-se Ronde-Knorre – Knorre lento ou redondo: aquele o qual se manifesta um duplo o (oo), suscitando um som que é mais lento e cabal. Estamos na presença de um Knorre cerrado, global, redondo.

Hohl-Knorre – Esta é outra forma adicional de Knorre e apresenta características especiais as quais convém pontuar. Quando a consoante r cai em forma apenas perceptível deixando ouvir um duplo o, acompanhada de um som quase sobreposto de vogal ü como soa oferecer em Hohlrolle, temos a sensação de estar escutando dois pássaros a um mesmo tempo. Esta circunstância forja um tour duplo, as vezes difícil de diferenciar do Knorre comum. Seu nome diz claramente: se trata de um Knorre oco onde se escutam as vogais quase com precedência da consoante r, que de acordo com o já expressado, era um dos elementos que se deixava ouvir com maior força que em Hohlrolle.

Quando as vogais u e o são substituídas por outras de menos valor o tour perde qualidade. Com o uso da consoante a, o som resultante é plano, chato e pobre (pelo menos, é o que se considerava em outra época). Com a consoante e, se torna aquoso, nasal e amplo. O mesmo resulta as manifestações de Knorre demasiadamente curtas, soltas, lentas e irregulares.

Todo o exposto sobre a tour Knorre pode produzir no aprendiz, certa confusão. Não deve ser assim, quando se escuta um oo, já basta para sabermos que estamos diante de um Knorre de certa qualidade. Os demais conhecimentos se assimilarão progressivamente com o tempo após escutarmos canários de diversos valores e modalidades. Os tours simples, porém de qualidade, são os que devem prevalecer em todo canário que integre um plantel de um criador que preza a qualidade.

(Texto extraído do livro “Tratado de Canaricultura Roller” do Dr. Evaristo R. Fratantoni, publicado em 1956. O autor é Juiz de Canto Roller pela Federação Argentina de Canaricultura e Juiz pela Associação Ornitológica Internacional). Espero que o presente texto seja de bom uso e esclarecedor para aqueles que prezam pela valorização e crescimento da canaricultura de canto Harzer.